Idiomas, idiomas everywhere!


Segundo o site brasileiro de classificados de empregos, Catho, um segundo idioma pode aumentar em até 52% no valor do salário. Ainda assim, somente 5% da população fala inglês e apenas 1% é realmente fluente no idioma mais requisitado atualmente.

 Falta de tempo e dinheiro são as duas principais desculpas, que estão na ponta da língua da maior parte dos brasileiros quando se trata do assunto. Pondero no entanto que: se 67% da população brasileira têm acesso a internet, e 47% está na classe média, e que, o brasileiro passa em média 5 horas nas redes sociais por dia, por que os números dos dominadores do ingleizeichon ainda são tão baixos?

“A maioria das pessoas consegue ir para a Disney e até fazer entrevista de emprego, mas, na hora de entrar num debate, se perde.” 

- Artur Bezerra, country manager da Berlitz no Brasil 

 Também engana-se quem pensa que o problema está apenas em pessoas dos cargos mais baixos. Em uma pesquisa da escola de inglês Berlitz, dos seus 4 000 alunos, aqueles com médio e alto cargo, em sua grande maioria está no nível básico de inglês.
 Tal problemática se reflete diretamente nas entrevistas de emprego, no famoso "super entendo e até escrevo, mas falar já não é comigo": quando se faz necessário aprofundar em uma conversa, a pessoa sepulta a própria possibilidade de conseguir a vaga ao discorrer frases curtas, passando a impressão de que não têm tanto conteúdo quando na verdade têm.


 Sabemos que o problema de tudo isso começa lá na base, com aulas de inglês estilo verbo-to-be e em pouca quantidade. E a saga dos obstáculos continua na fase adulta, ao escolher uma escola com um método não muito eficaz, em optar por não fazer uma imersão no idioma (como por exemplo se recusar a ver filmes sem legenda), ao ter medo de não se comunicar tão fluentemente quanto gostaria e acabar se bloqueando, além é claro, do famoso "tô com preguiça de sentar a bunda na cadeira e estudar", porque convenhamos: estudar é chato e scrolar o feed em busca de memes é muito mais legal. (E se tu acha que não é, não tá estudando o suficiente, saí daqui seu CDF kkkkk)



Existe uma estrada de tijolos amarelos para aprender um idioma?

 Infelizmente, não existe caminho fácil para aprender um idioma. Segundo os pesquisadores da Universidade de Tóquio, o ideal seria aprender por imersão, como estudar no exterior, ou qualquer maneira que ative simultaneamente, em termos simples, as quatro regiões responsáveis pela linguagem no cérebro.

 Mas quais regiões? São elas: o lobo frontal esquerdo, áreas de processamento auditivo e vocabulário no lobo temporal-parietal e, como apoio, as áreas de memória do hipocampo e as áreas de visão do cérebro.

 Por falar em cérebro, essas áreas ficam mais robustas ao falar outro idioma, além de que, os multilíngues acabam tendo uma capacidade melhor de memória operacional, a famosa memória de imediato, que usamos para decorar um telefone, por exemplo.

 No longo prazo, também adquire-se uma maior facilidade de se colocar no lugar do outro, devido a uma maior flexibilidade cognitiva causada pelo aprendizado das línguas e, o cérebro também têm uma maior reserva cognitiva, ou seja: doenças degenerativas, como Alzheimer, vêm abrandadas ou tardiamente devido ao cérebro estar mais saudável.

 Temo em lhe informar que nem tudo são flores. Um horripilante mal acomete quem fala muitos idiomas: eles levam milissegundos a mais até encontrar a palavra que querem ao se comunicar. Ah, que terrível fardo! (contém ironia).


Bônus: Colher de chá randômica

Quanto mais estudo línguas, mais percebo como todos os idiomas são parecidos. Observe com atenção as duas imagens abaixo, retiradas do canal Let Them Talk TV:

 Isso se deve por causa origem deles e, a título de curiosidade, todos os idiomas descendem de uma língua mãe da qual chamamos de proto-indo-europeu.

 A propósito, no mesmo vídeo, há diversas dicas para aprender melhor um novo idioma, como:

  • Comece aprendendo pelas partículas, como as de ligação, principalmente porque tu não pode entender o significado delas. Elas são aquilo e pronto.
  • Não perca tanto tempo com verbos. Se você aprender a ler, vendo o começo do verbo, tu vai entender por dedução o que aquilo está falando, aprendendo muito mais do que se ficasse focado em aprender cada terminação, cada verbo irregular etc.

Inclusive, recomendo fortemente o vídeo inteiro para maior compreensão:
THIS is the Best Book on Language Learning I've Ever Read: HERE'S WHAT IT SAYS


Referências

Você S/A: Por que ainda não somos fluentes em inglês?

Poder 360: Na pandemia, classe média diminui e chega a ‘tamanho’ da classe baixa

Brasileiros usaram redes sociais por quase 5h diárias em 2020


Benefícios de um cérebro bilíngue - Mia Nacamulli

PsyPost: New research sheds light on how learning a new language changes your brain activity

BBC News: Como seu cérebro muda ao falar outros idiomas


Você conhece a origem das línguas que falamos?

O proto-indo-europeu: ancestral hipotético do português

Comentários

  1. E se depois de tudo, ainda houver a desculpa de "Não tenho com quem praticar", ainda existem várias comunidades e apps gratuitos, regionais ou internacionais, que dão espaço pra galera praticar quando bem quiserem com outras pessoas que também estão aprendendo.

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    1. Sim! Atualmente é muito mais fácil e acessível aprender um segundo idioma :)
      Deuxxx abençoe a internet haha

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